quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O elogio da Risca Grande

"Eu trabalho com muitas empresas diferentes, mas não trabalho com produtos de massas nem com coisas que não tenham origem em Portugal. A Risca Grande é uma história extraordinária, de uns suíços que vieram viver para o Alentejo. Chegaram e perguntaram o que se produzia aqui. Azeite. E como se faz azeite? Foram estudar como se fazia. Sete anos depois, o azeite deles ganhou o prémio da BioFach para melhor azeite biológico do Mundo. São uns suíços aplicados (risos). Além disso, os azeites deles são de árvores com cem e quinhentos anos. Este é um bom exemplo da nossa filosofia. Os donos da empresa são suíços mas estão a viver em Portugal, a azeitona é portuguesa, o produto é feito cá, mereceu prémios e tudo... Achei que fazia sentido vender o Risca Grande." Catarina Portas à revista Sábado, 21 de Outubro 2010.

A estima pela azeitona podia não lhes correr no sangue mas, ainda assim, duas famílias de origem suíça (os Bernhard e os Zehnder), decidiram comprar na zona de Serpa uma propriedade de 92 hectares (78 dos quais ocupados por olivais, com um total de 10.000 oliveiras e idades que variam entre os 5 e os 500 anos). Corria o ano de 2000 e, quando tiveram que baptizar a marca e a empresa escolheram “Risca Grande”, a designação esquecida do olival, descoberta num mapa antigo.

Fizeram o trabalho de casa, puseram mãos à obra e iniciaram o cultivo, dois anos depois. Se tinham uma certeza desde o início era a de que queriam seguir as normas da agricultura biológica, para as quais o Alentejo oferece perfeitas condições. O esforço foi recompensado com diversos prémios em concursos internacionais, em várias edições do "Biol" em Itália e do "Biofach" da Alemanha (tão somente a maior feira de produtos biológicos do mundo). Aqui, em Fevereiro de 2009, foi eleito por unanimidade (em prova cega por centenas de profissionais do sector) o melhor azeite biológico do mundo.

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