quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Amar e assoar

Invenção original, deliciosa e comovente do espírito minhoto, os lenços de amor ou namorados popularizaram-se a partir do séc. XIX. Se as meninas finas tendiam a bordá-los certinhos a ponto cruz, já as moçoilas do povo preferiram o pé-de-flor e o de cadeia, para composições ricas em corações, chaves, pombas, silva ou mãos unidas, incluindo quadras de amor… fatalmente semeadas de erros ortográficos, fruto da sua fraca literacia.

Obra de rapariga casadoira, o lenço era uma declaração de amor íntima oferecida ao rapaz que desejava. Aceitando o namoro, o rapaz atava o lenço ao pescoço sobre o fato de domingo, exibindo-o com orgulho. Não sendo correspondida, este devolvia o lenço.

Ontem como hoje, saindo das mãos das bordadeiras minhotas, um lenço de namorados continua a ser um presente de amor sempre único e precioso. E se o quiser personalizar, com versos ainda mais certeiros, A Vida Portuguesa aceita encomendas.

1 comentário:

Mónica Pinto disse...

Parabéns pelo projecto.Defender e divulgar o que é português é cada vez mais uma necessidade.