quinta-feira, 10 de março de 2011

Mercearia moderna ou loja antiga?

"As sementes da Vida Portuguesa começaram a germinar há quase uma década, quando Catarina Portas pensava em escrever um livro que permitisse à sua geração, e seguintes, saber mais sobre o século XX e tirar do fundo da gaveta partes da história e dos costumes menos explorados. A propósito, decidiu recolher produtos antigos e fazer uma despensa de época. Anos antes, enquanto jornalista da Marie Claire, já tinha agarrado o tema. Neste segundo exercício pode constatar que muitas marcas tinham desaparecido entre uma e outra altura.

Trabalhou mais no assunto e começou a reunir sobreviventes, organizá-los em caixas e comercializá-los. Nos primeiros anos como Casa Portuguesa, em sociedade com uma amiga, a partir de 2007 já na Vida Portuguesa, que começou pela loja do Chiado e em 2009 chegou à baixa do Porto, numa parceria com a Ach. Brito. No mesmo ano a Vida Portuguesa chegou à internet e é por essa via que hoje se mostra a outros mercados. Para já em português, mais à frente este ano também com uma versão em inglês.

Balizaram a investigação inicial para o projecto e continuam a ser critérios importantes para a selecção da oferta (embora não exclusivos) três critérios fundamentais: peças fabricadas há pelo menos 40 anos; embalagens originais ou nelas inspiradas nestas e com alguma dose de manufactura. Hoje a Vida Portuguesa vive da relação com mais de uma centena de fornecedores que asseguram uma oferta variada, onde a perfumaria e a alimentação têm lugar de destaque. Em unidades, as pastilhas Gorila e as sombrinhas de chocolate da Regina destacaram-se nas vendas de 2010, mas há outros cheiros e sabores a saltar à vista de um público diverso em idades e nacionalidades, como os sabonetes, a pasta de dentes Couto e outros.

Aos produtos que estão na Vida Portuguesa como estão nas lojas das empresas que os fabricam e respectivos distribuidores tem-se juntado uma oferta cada vez maior de produtos exclusivos que são, essencialmente reedições de modelos e de embalagens antigas (muitas vezes originais), ou criações à medida. Essas linhas exclusivas são vendidas nas lojas da Vida e através de uma rede de revendedores que já tem um peso interessante no negócio." Texto de Cristina A. Ferreira /Casa dos Bits. Fotografia de Miguel Baltazar. Jornal de Negócios.

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