quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dá cá um balão

Data de 1517 o registo da primeira Festa de São João em Portugal, no município de Braga, numa adaptação religiosa das celebrações do solstício do Verão. O hábito depressa se espalhou pelo norte do país, qual fogo que se propaga em tempo quente (ou qual fogueira que apetece pular). No Porto, os moradores dos bairros populares depressa se organizaram para angariar fundos e engalanar devidamente as ruas.

Nas Fontainhas surgiu uma cascata que haveria de ficar famosa e chamar curiosos de todas as partes da cidade. Os mercados locais começaram a registar uma procura nunca vista de plantas e ervas medicinais, como os manjericos, a alfazema, a erva-cidreira, o azevinho e, claro, o alho porro (ou alho de São João, que haveria de se tornar um amuleto indispensável a qualquer celebração joanina que se preze. O alho haveria de ser o precursor do martelo de plástico, uma forma divertida de espantar possíveis tendências agressivas, batendo na cabeça de quem festeja no arraial ou passa na rua.

Felizmente, o martelo não conseguiu destronar o alho no coração dos tripeiros e, hoje em dia, ambos coexistem pacificamente. Da mesma forma, também se continuam a honrar maior parte das tradições sanjoaninas, a que se juntou o espectáculo de fogo de artifício que atrai milhares de pessoas à Ribeira todos os anos. Tudo para celebrar este estimado santo e o poder sagrado do bailarico.

Fonte: "Festas e Tradições Portuguesas" de Jorge Barros e Soledade Martinho Costa. Círculo de Leitores.

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