quarta-feira, 18 de abril de 2012

Da escrita

"Eu costumava comprar esses cadernos quando ia a Lisboa. São muito bons, muito resistentes. A partir do momento em que começamos a escrever neles, nunca mais nos apetece escrever em coisa nenhuma". Quem o diz é John Trause, a personagem do escritor que Paul Auster criou para "A Noite do Oráculo". Das mercearias de bairro aos romances do autor norte-americano, o Caderno Azul (ou "Blue Note") da Firmo já viveu muitas vidas.

Inspirado nos espécimes comerciais tradicionais (Livros de Actas, Contas ou Contabilidade, como eram vulgarmente chamados) foi rapidamente adoptado por profissionais das mais diversas áreas, dos talhantes aos retroseiros, para registar o deve e o haver dos seus dias. Foi fiel depositário dos segredos, inspirações e todo o tipo de apontamentos preciosos da gente com o vício de escrever, rabiscar e ilustrar; tornando-se indispensável a gerações de estudantes, viajantes, escritores.

E agora, 60 anos mais tarde, ressurge no mercado em dois tamanhos diferentes, mantendo o visual clássico original que faz tanto do seu charme. Um sem fim de páginas em branco para preencher.

Líder na produção e comércio por grosso de artigos de papelaria, a Firmo foi fundada em 1951 e tornou-se um caso raro no panorama empresarial português. Nos anos 80 foi adquirida pela francesa Antalis, mas recentemente voltou às mãos da família que a fundou e administrou este tempo todo. Sempre sob o lema "todo temos um papel".

De referir ainda que o Caderno Azul se encontrará à venda, em ambos os tamanhos disponíveis (grande e pequeno) nas lojas A Vida Portuguesa, tanto físicas como online.

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